POLÍCIA - Estudante da Ufla se matou após ser vítima de uma página de fofocas de Nepomuceno
Minas
Publicado em 01/08/2024

Uma jovem de 20 anos, estudante da Universidade Federal de Lavras (Ufla), se matou na sexta-feira, dia 26, depois de ser vítima de uma página da internet criada por três mulheres de Nepomuceno, uma página dedicada a expor negativamente a imagem das pessoas. A estudante era de Nepomuceno e morava em Lavras.

 

A página existia desde 2020, ela foi criada na pandemia e, em quatro anos de existência, quase uma centena de pessoas foram vítimas dos crimes de calúnia cometidos pelas mulheres.

 

O suicídio da garota provocou uma grande comoção em Nepomuceno. A imprensa da cidade cobrou das autoridades uma providência que, segundo a imprensa, deveria ter sido tomada há quatro anos, quando a página criminosa foi ao ar.

 

Ontem, terça-feira, dia 30, o delegado Bruno Bastos, que havia saído de férias, retornou a Nepomuceno devido ao caso. Especulações apontavam autores que não tinham e nunca tiveram envolvimento com a página, e isso poderia terminar em uma tragédia, pois a população indignada poderia querer fazer justiça com as próprias mãos.

 

O delegado Bruno, que já estava investigando a página, intimou duas mulheres para serem ouvidas na delegacia. A notícia correu e cerca de duzentas pessoas foram para a porta da delegacia para saber quem eram as mulheres que foram, supostamente, responsáveis pela morte da estudante.

 

As duas foram ouvidas na presença de um advogado e confessaram que eram as administradoras da página, contaram também que havia uma terceira mulher envolvida. Elas disseram que recebiam as "fofocas" e republicavam, mas não falaram quem mandava. As duas tiveram os aparelhos celulares apreendidos para investigação.

 

As mulheres foram ouvidas e liberadas, mas elas podem responder inúmeros processos e serem obrigadas a indenizar as quase cem vítimas de calúnias publicadas na página. Elas correm o risco de serem alvo de dezenas de processos, isso se as pessoas que foram atingidas pelas calúnias recorrerem à justiça pedindo indenizações.

 

Na saída da delegacia elas foram colocadas numa viatura da Polícia Civil que teve as janelas cobertas com tecido para que as mulheres não fossem expostas. A multidão gritava e pedia justiça.

 

O delegado Bruno Bastos falou depois com a imprensa, ele contou que a investigação para identificar as responsáveis pela página estava em andamento desde janeiro. Ele disse que a imprensa local, após o suicídio da jovem, passou a acusar a polícia de incompetência, sobre isso, ele explicou que "a polícia trabalha com provas concretas e não com suposições", para justificar o tempo das apurações.

 

JORNALDELAVRAS

 

Comentários
Comentário enviado com sucesso!